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Descarte do EPI, quando e como fazer.

O uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é imprescindível para a prevenção e manutenção da segurança do usuário nos diversos ambientes; além disso, os equipamentos reduzem consideravelmente os níveis de exposição aos riscos. Após a troca do EPI é obrigatório realizar o descarte corretamente e essa é uma etapa importante para evitar contaminação e uso inadequado.

Em ambientes de trabalho, o processo de controle e entrega de EPI é caracterizado pela substituição imediata quando danificado ou saturado. A substituição ou troca do EPI é precedida da higienização e manutenção periódica, além do treinamento e orientação sobre o uso adequado, guarda e conservação do EPI.

Após trocar e observar que o equipamento está em condições inadequadas ou é necessário a substituição por saturação ou defeito, irregularidade ou contaminação, deve ser realizado o processo de descarte de EPI.

O primeiro e mais importante quesito a ser considerado para o descarte do EPI é a classificação do ciclo final do uso, se será para descarte ou higienização, pois cada tipo é usado em uma parte do corpo e protege contra diferentes riscos e, em diversas situações, pode estar contaminado com resíduos de produtos químicos, vírus, bactérias, etc.

Para o definir o destino final do EPI podemos usar a classificação de resíduos pela Norma ABNT NBR 10004:2004. Neste caso, serão divididos em 3 Classes, sendo elas:

Resíduos Perigosos – Classe I: são equipamentos contaminados durante seu uso por exposição a riscos químicos, tóxicos ou oferecem riscos biológicos à população e de contaminação ao meio ambiente, como EPIs que tiveram contato com vírus e bactérias, por exemplo (Lembrando que resíduos oriundos de ambientes de saúde devem obedecer a ABNT NBR 12808); 

Resíduos Não Perigosos – Classe II A (resíduos não inertes): são resíduos que, apesar de não oferecerem riscos diretos, podem reagir com o meio ambiente, com características semelhantes àquelas do lixo doméstico;

Resíduos Não Perigosos – Classe II B (resíduos inertes): são resíduos que não causam contaminação ao meio ambiente ou à sociedade, mas que, ainda assim, devem ser descartados de forma correta, uma vez que não são biodegradáveis.

Após a classificação dos EPI’s vem mais um ponto importante que definirá se já está na hora de descartar o equipamento ou não. É necessário avaliar o funcionamento do próprio equipamento, já que equipamentos danificados podem não ser eficientes na proteção ao trabalhador, além de equipamentos que já estão fora do prazo de validade estipulado pelo fabricante.

Depois dessa avaliação o EPI pode ser descartado de forma correta!

Como o descarte de EPI deve ser feito?

O descarte varia conforme o tipo do equipamento e classificação. Conforme abordado anteriormente.

  • Na Classe I estão os produtos que tiveram contato com materiais tóxicos e, por isso, apresentam perigo para a saúde humana e ao meio ambiente. Devido a isso, eles precisam ser descartados e manipulados com muito cuidado, além de serem descartados de maneira separada aos outros, em recipientes que indiquem esse possível risco, nunca no lixo comum. É interessante que o interessado procure um serviço de coleta de materiais de risco biológico.
  • Já a Classe II A, que é a que tem contato com resíduos não inertes, aqueles que não apresentam riscos para o ser humano, mas por serem não inertes, eles não têm tendência a sofrer algum tipo de reação química, com muitos sendo biodegradáveis, facilitando seu descarte.
  • Na Classe II B temos os produtos que, de maneira resumida, não se degradam no solo ou água e, por isso, não podem ser descartados em qualquer lugar, pois podem poluir ou sujar a região. Assim, o seu descarte precisa ser feito de maneira correta, de preferência por uma empresa especializada.

O local de descarte de EPI pode adotar medidas de identificação do destino final, instalar uma rotulagem preventiva de armazenamento e manuseio, evitando a mistura de itens descartados, principalmente, os contaminados por produtos químicos ou usados em ambientes com riscos biológicos.

A destinação final do resíduo vai depender de como o EPI foi classificado no descarte e pode ser a incineração, aterros e segregação. Avaliar os EPIs com regularidade é indispensável para manter a segurança de todos e o descarte feito corretamente contribui tanto para prevenir contaminações e para a proteção do meio ambiente.

Por que descartar adequadamente?

Mantendo um controle sobre o ciclo de vida do produto pois o descarte de um EPI antes do momento certo pode ser um desperdício. Por outro lado, quando o trabalhador usa o EPI após ultrapassar o tempo máximo de troca aumentam os níveis de exposição aos riscos e a probabilidade de ocorrer um acidente de trabalho ou reduzir a prevenção e a higiene ocupacional mesmo com seu uso.

A NR 06 cita que os empregadores devem se responsabilizar por trocar os EPIs imediatamente após danos ou extravios e também por orientar e treinar os colaboradores sobre a conservação dos equipamentos, levando isso em conta, a troca e o descarte correto dependem de um bom controle de EPI dentro da empresa.

O local de descarte de EPIs é uma questão normalmente relacionada com a biossegurança, pois como dito anteriormente, alguns EPIs podem contaminar o ambiente ou pessoas e mesmo os não contaminados podem levar anos para se decompor em locais inadequados de descarte.

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